Renascimento

Introdução

O Renascimento foi o movimento cultural que se desenvolveu na Europa ao longo dos séculos XV e XVI, com reflexos nas artes, nas ciências e outros ramos da atividade humana. As cidades italianas foram pioneiras neste movimento intelectual, que em alguns países se estendeu até ao século XVII.  
O Renascimento teve um outro grande centro na região da Flandres. 
No centro da transformação intelectual renascentista encontra-se a passagem de uma mentalidade teocêntrica (isto é, que colocava Deus no centro da reflexão humana) a uma mentalidade antropocêntrica (que tinha o homem como centro). Esta proposta correspondia a um reconhecimento e a uma crença otimista nas capacidades e no valor do ser humano, contrapondo-se à visão medieval do mundo.
O Renascimento foi um momento da história muito mais amplo e complexo do que o simples reviver da antiga cultura greco-romana.Ocorreram nesse período muitos progressos e incontáveis realizações no campo das artes, da literatura e das ciências, que superaram a herança clássica.
Os fatores que influenciaram o renascimento foi o aumento do comércio muitos comerciantes europeus fizeram riquezas e acumularam fortunas. Com essas fortunas os governantes europeus e o clero passaram a dar proteção e ajuda financeira aos artistas e intelectuais da época. Essa ajuda, conhecida como mecenato, tinha por objetivo fazer com que os mecenas se tornassem mais populares entre as populações das regiões onde atuavam.
As artes o Renascimento se caracterizou, em linhas muito gerais, pela inspiração nos antigos gregos e romanos, e pela concepção de arte como uma imitação da natureza, tendo o homem nesse panorama um lugar privilegiado. Mas mais do que uma imitação, a natureza devia, a fim de ser bem representada, passar por uma tradução que a organizava sob uma óptica racional e matemática, num período marcado por uma matematização de todos os fenômenos naturais. Na pintura a maior conquista da busca por esse "naturalismo organizado" foi a recuperação da perspectiva, representando a paisagem, as arquiteturas e o ser humano através de relações essencialmente geométricas e criando uma eficiente impressão de espaço tridimensional.




                                                    Arquitetura

            Na arquitetura renascentista, a ocupação do espaço pelo edifício baseia-se em relações matemáticas estabelecidas de tal forma que o observador possa compreender a lei que o organiza, de qualquer ponto em que se coloque: Ordens Arquitetônicas, simetria, arcos de volta-perfeita e simplicidade na construção.
A história da arquitetura do Renascimento, como um todo, costuma ser dividida em dois grandes períodos:
·         Século XIV e início do XV.Neste primeiro momento destaca-se a figura de Filippo Brunelleschi e uma arquitetura que se pretende classicista, mas ainda sem o referencial teórico e, principalmente, a canonização, que se caracterizará o período seguinte.
·         Século XVI.Neste momento, as características individuais dos arquitetos já começam a sobrepor-se às canonização clássica,o que irá levar ao chamado Maneirismo.Atuam arquitetos como Michelangelo, Andrea Palladio e Giulio Romano.
A arquitetura do Renascimento está bastante comprometida com uma visão de mundo assente em dois pilares essenciais:o Classicismo e o Humanismo.Além disso, vale lembrar que, ainda que ele surja não totalmente desvinculada dos valores e hábitos medievais, os conceitos que estão por trás desta arquitetura são os de uma efetiva e consciente ruptura com a produção artística da Idade Média.
      O Brunelleschi foi o principal arquiteto no Renascimento,a sua obra mais conhecida é a cúpula da catedral Santa Maria Del Fiore, em Florença, que foi construída em 1434, foi a primeira cúpula de grandes dimensões, erguida na Itália, desde a antiguidade sobre uma enorme base octogonal.




Escultura

As esculturas do Renascimento são caracterizadas pelo grande rigor anatómico (para o qual contribuiu o desenvolvimento do estudo da anatomia realizado na época), pelo naturalismo, pelo realismo e pelo humanismo.
            Os escultores, nas suas obras, que eram na maioria representações de uma figura humana nua, procuravam exprimir as paixões e os sentimentos característicos do Homem, baseando-se na Bíblia, na mitologia e na Natureza.
           Foi também no Renascimento que os escultores passaram a dominar com perícia os materiais utilizados: mármore, pedra, bronze, madeira ou terracota. Na escultura Renascentista destaca-se ainda o desenvolvimento dos estudos de perspectiva que se baseavam em rigorosos desenhos prévios que permitiam às esculturas adquirir a proporção e o realismo características do Renascimento.
Um dos principais escultor do Renascimento foi Michelangelo, Entre suas obras destacamos Pieta (escultura em mármore que transmite leveza e realidade); Davi (escultura muito famosa devido as perfeições das formas); além de pinturas como Teto da Capela Sistina.







Pintura

De um modo geral, os pintores da renascença procuravam reproduzir a realidade, sob a influência do ideal de beleza grego. O espírito clássico, a ordem e as formas simétricas são traços marcantes dessa pintura.
            Podemos distinguir três grandes escolas com características próprias: a florentina, de Florença, que se caracterizou pelo racionalismo demonstrado tanto pelo predomínio da linha sobre a cor, como pelo *"sfumato"; a veneziana (de Veneza), caracterizada pelo sentimento, pela emoção, o predomínio da cor sobre o desenho ou a linha; e a romana, que tenta equilibrar linha e cor, razão e sentimento.
             A pintura renascentista inovou com a descoberta da perspectiva, que permite abordar o espaço e a luz de maneira realista. Além disso, a nova técnica da pintura a óleo possibilitou novas associações e graduações da cor. Por fim, o surgimento de novos suportes, como a tela e o cavalete e a imprensa, permitiram uma circulação mais fácil das obras e do pensamento.
Os principais pintores foram:
·         Giotto (1266-1337). Pintor italiano, introduziu a perspectiva na pintura. Foi considerado o precursor da pintura renascentista, o elo entre essa e a pintura medieval. A característica principal do seu trabalho é a identificação da figura de santos com seres humanos de aparência comum. Sua pintura coincide com a visão humanista que se consolidava naquele momento.
 
·         Botticelli (1444-1510). Pintor da escola florentina, nasceu e viveu em Florença. Trabalhou na decoração da Capela Sistina, em 1481. Suas obras abordavam principalmente dois temas: a antigüidade grega e o cristianismo. Em sua obra chama a atenção a leveza dos corpos esguios e desprovidos de força: eles parecem flutuar, expressando suavidade e graça.
 
·         Leonardo da Vinci (1452-1519). Maior figura da pintura renascentista, também da escola florentina, Leonardo considerava-se, em primeiro lugar, um cientista. Imaginou máquinas voadoras, estudou mecânica, geologia, ótica, hidráulica, anatomia, botânica e astronomia. Além de pintor foi desenhista, escultor, engenheiro e arquiteto.
·         Ticiano (1490-1576). Foi o maior pintor da escola veneziana. Produziu obras religiosas, mitológicas e retratos utilizando cores vivas e movimentos que mais tarde serviram de base para outros artistas. Suas obras têm um grande apego à vida e à beleza feminina. A paisagem, com freqüência, é mais importante que as figuras. Ticiano foi um dos primeiros a pintar um tipo de paisagem moderna.
 
·         Rafael (1483-1520). Da escola romana, destaca-se pela delicadeza de traços, pela conciliação do paganismo com o cristianismo e pelo equilíbrio entre a linha e a cor. Conhecido como o pintor de madonas, tipos ideais de beleza feminina, suaves, muitas vezes convencionais, mas, com eminentes qualidades.
 





* O "sfumato", técnica de uso de tons claros e escuros, foi utilizado em suas obras com maestria.

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